Depois das longas oito horas no aeroporto, finalmente era hora de embarcar rumo à San Francisco.
Ao contrário do primeiro vôo, a cabine econômica era mais estreita, uma pessoa com mais de 1,80m ficaria apertada, o que não foi o meu caso – ainda bem.
Cada fileira tinham três poltronas, e as únicas coisas gratuitas eram as bebidas; se quisesse comer, tinha que pagar. Os tacos estavam oito dólares. É nessas horas que lembro da minha mãe falando insistentemente “leva o biscoito para não ficar com fome”. Felizmente eu obedeci. 🙂
Como já sabem, sou perdida por natureza, ou seja, CLARO que calculei o tempo de vôo errado, para o desespero da minha mãe.
Falei que chegaria ao albergue por volta de quatro da tarde (horário de Brasília), e nesta hora ainda estava no avião, já desesperada, não agüentava mais estar ali. Tudo o que queria era sair, tomar um banho e andar um pouco.
O vôo entre Houston e SFO levou cinco horas. Alguém consegue imaginar meu desespero? E o da minha mãe?
Pra melhorar a situação, era fato que desembarquei de um lado e tinha que ir até o outro buscar o raio da mochila. Ai que ódio de Murphy! Hehehehehe
Para ficar ainda mais divertido, cadê um wifi pra eu usar o Skype?
Quando achei uma rede que não precisava de cadastro, quem disse que conseguia conectar ao Skype.
Eu só conseguira imaginar o desespero da minha mãe, ela morre de medo de avião, eu falo que ia ligar em um horário, duas horas depois do combinado eu ainda não tinha ligado.
Pense Rafaela, o que fazer? Gastar o roaming? Mandar um SMS que você sabe que ela nao iria ler? Ou apelar para alguém? Apelar, of course!
Mas apelar pra quem?
Para as pessoas que sei que sempre posso conta.
Mandei msg pro Beto pedindo que ele avisasse a minha mãe que eu havia chegado e estava bem e ele prontamente me ajudou. Nada como ter amigos!
Mãe acalmada, hora de ver como sair do aeroporto rumo à Fort Mason in Bay Area.
Nem foi tão complicado, no aeroporto tinha as indicações para o BART (metrô), ao lado das caixas para comprar o bilhete, tem uma lista com os destinos e os valores.
Paguei $11,65 no trajeto até Pittisqburg, esperei alguns minutos e embarquei. Segundo o Google maps** teria que descer depois de oito estações, em 16th Mission. Chegando lá, tinha que pegar o bus 49. Qual a probabilidade de dar errado? Comigo? 100%!!
Sai da estação (ufa só tinha uma saída), me senti saindo na estação da central no carnaval, cheio de gente estranha, pedindo, fumando… Fui procurar o ponto de ônibus, e notei que nao tinha trocado, atravessei e fui no mercado comprar uma água, e obviamente aproveitei pra perguntar onde poderia pegar o 49 to Fort Mason.
O caixa informou que poderia pegar no ponto em frente ao mercado, mas nao tinha certeza se era a direção correta.
Ao sair o busão tava parando no ponto; bem, na frente estava escrito S Vaness, igual a rota que eu tinha. Entrei e mostrei a rota pro motorista e perguntei se ia para Fort Mason e ele confirmou.
Show, nada errado até então! Um marco! Kkkkkkkk
21 paradas dizia o Google, comecei a contar e logo me distrai e perdi a conta. Agora é que são elas. Vou me perder!
Sentei e relaxei, o que poderia fazer?
Poderia notar que a frente do bus é reservada para idosos e deficientes.
Logo conheci o Brian, que pra puxar assunto me perguntou as horas…
Deus! Teve um ponto que só tinha velhos. Logo, tive que ceder o lugar.
Teve uma hora que me senti no 474. O ônibus estava super lotado. Sim, ônibus em San Francisco segunda de manhã também fica cheio, não é uma coisa particular do Brasil.
Sentada novamente, era rezar pra tudo dar certo. E deu!!! o/
O motorista muito gentilmente, ao chegarmos no ponto final, ele me explicou como seguir o restante da viagem.
Uns dez minutos depois estava no albergue.
Check-in feito, hora de ligar e avisar que to viva 🙂
** depois farei um post sobre as rotas do Google maps
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